Friday, September 22, 2006

GRANDE LEONOR

Sem mais aqui fica um execrto da Crónica de Leonor Pinhão no jornal "A Bola" de 21 de Setembro:

"A vaga de fundo que Luís Filipe Vieira queria para o empurrar para a recandidatura à presidência do Benfica foi um bocadinho pífia por culpa do próprio presidente, que liquidou todas as oposições internas e não tem hoje adversário com que se medir nem fantasma mau com que assustar os sócios do clube, mobilizando-os num apoio frenético de vieiristas contra o dilúvio.Parece que hoje é o dia em que o tabu será quebrado. Só a palavra tabu já é bastante desengraçada.
Normalmente Vieira será candidato e será presidente do clube e da SAD por mais três anos. A única dúvida é, pois, se terá opositor. Era bom para o Benfica e, sobretudo, para o próprio Luís Filipe Vieira que tivesse. E opositor de monta, para que não se repetissem aqueles 90 e tal por cento tão terceiro-mundistas das últimas eleições.
Antigamente, e não foi assim há tanto tempo, no Benfica havia sempre dois candidatos com iguais hipóteses de ganhar e, luxo dos luxos, ainda às vezes aparecia uma terceira via de sangue na guelra e veia académica. Era um clube diferente, de cariz mais popular, mais participado por isso mesmo. Hoje, os notáveis que têm sido instados a comentar a posição de Vieira sobre o acto eleitoral não conseguem deixar de ressalvar que para se ser presidente do Benfica é preciso «fortuna pessoal» e excelentes relações na banca. Ou seja, a terceira via foi logo ao ar enquanto a segunda via conta os tostões e lamenta a sua sorte.
Vieira acabou com as oposições nos três anos do seu mandato. Resta saber se fez o trabalho tão bem feito que conseguiu acabar também com as vozes alternativas no mês que vai durar a campanha eleitoral.
Se assim for, sozinho a sufrágio, a conclusão é óbvia: este já é outro Benfica."

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